A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta sexta-feira (20), quatro terroristas bolsonaristas que participaram da destruição dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. Veja abaixo quem ja foi preso.
Os agentes ainda estão em campo para cumprir outros quatro mandados de prisão determinados pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) no Distrito Federal (DF), em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
Esta é a primeira etapa da Operação Lesa Pátria contra os brasileiros de extrema direita que se uniram para dar um golpe de estado e tentar impedir o presidente Lula (PT) de governar e reconstruir o país devastado pelas políticas erráticas e má gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além prender preventivamente os oito investigados sob suspeita de participarem, financiarem ou fomentarem os atos golpistas do dia 8, os agentes da PF estão fazendo cumprindo mandatos em 16 endereços em São Paulo (7), Rio de Janeiro (1), Minas Gerais (1), Goiás (1), Mato Grosso do Sul (1) e Distrito Federal (5).
Os elementos são investigados pelos seguintes crimes:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado;
- associação criminosa;
- incitação ao crime;
- destruição;
- deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Operação Última Patrulha
Outro grupo de agentes da PF está no Pará, onde foi deflagrada a Operação Última Patrulha que cumpre oito mandados de busca e apreensão contra seis ‘extremistas antidemocráticos’ no Estado, segundo despacho da 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Pará.
Os alvos das buscas são suspeitos de ‘aderir, coordenar ou financiar’ os atos golpistas em Brasília. São investigados por prestar ‘ auxílio material para tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais’.
Quem são os presos
1 – Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, conhecido como ‘Ramiro dos Caminhoneiros’. Ele tem 49 anos e é apontado como um dos principais nomes na organização de caravanas para os atos golpistas em Brasília. Ele concorreu duas vezes a uma vaga na Câmara dos Deputados: em 2018, pelo PSL, e em 2022, pelo PL, mesmas legendas que abrigaram Jair Bolsonaro nos pleitos. As viagens gratuitas para o Distrito Federal eram oferecidas em grupos de bolsonaristas mobilizados desde o fim das eleições deste ano.
2 – Randolfo Antônio Dias – preso em Minas Gerais, participava do acampamento golpista em Belo Horizonte. Pelo WhatsApp, ele incitava ações ilegais, como bloqueio de refinarias, e pregava o assassinato do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes (STF).
3 – Renan Silva Sena, preso no DF, é ex-funcionário terceirizado do governo e usava seu canal em uma rede social para incitar os atos golpistas na Esplanada dos Ministérios. Os agentes da PF encontraram na casa dele R$ 22 mil em espécie. Em maio de 2021, no auge da pandemia do novo coronavírus, ele foi para a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e agrediu violentamente com palavras (e quase fisicamente, se não fosse algumas pessoas a segurá-lo) um grupo de enfermeiras que protestavam por melhores condições de trabalho e pela ampliação do isolamento social.
4 – Soraia Bacciotti, de Mato Grosso do Sul, é intérprete de libras e participava de ações de bolsonaristas radicais.