Os brasilienses estão atentos a alternativas que integrem saúde física e mental e ofereçam cuidados integrados. Resultado disso é a busca por Práticas Integrativas em Saúde (PIS), ofertadas em 176 unidades de saúde do Distrito Federal. Até o início de setembro, 22.563 pessoas realizaram alguma prática na rede local.
Yoga, acupuntura, shantala e terapia comunitária são algumas das 17 modalidades disponíveis, todas abertas ao público. No site da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) há uma lista com a oferta por região. As PIS são entendidas como tecnologias que abordam a saúde do ser humano de forma multidimensional, ou seja, pelas formas física, mental, psíquica, afetiva e espiritual.
“Na atenção básica, há agentes comunitários de saúde, unidades básicas de saúde com portas abertas e clínicas com equipes multidisciplinares, que promovem atividades individuais e coletivas. Na atenção secundária, os profissionais de saúde incluem, no plano terapêutico, as práticas que mais se adequam às necessidades do usuário. E, na atenção terciária, a população participa nas modalidades oferecidas em cada unidade”Cristian da Cruz Silva, gerente de Práticas Integrativas em Saúde (PIS) da SES-DF
“Deixa a gente muito tranquila”. É assim que Maria da Guia Borges Lima, de 71 anos, descreve a sensação após a prática de yoga na Unidade Básica de Saúde (UBS) 10 de Santa Maria. Com diagnóstico de insônia e ansiedade, a idosa iniciou a prática para melhorar a saúde. No local, ela também faz auriculoterapia, técnica de pressão em pontos específicos na orelha. “A gente vai melhorando o corpo inteiro. Retira a minha ansiedade e o meu estresse”, avalia.
Outra prática presente na unidade de saúde é a shantala, uma técnica de massagem voltada para bebês, que fortalece os vínculos e traz outros benefícios à saúde da família como um todo. Pode ser realizada com bebês a partir de um mês de idade. “Muitos não conhecem, meu filho gostou muito, ficou bastante tranquilo”, conta Géssica Assis da Silva, mãe de Leonardo Matias Assis, de quatro meses.
Modalidades
O Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito nacional, reconhece 29 práticas integrativas. Na Política Distrital de Práticas Integrativas em Saúde (PDPIS), estão elencadas 17. São elas: acupuntura, arteterapia, auriculoterapia, automassagem, plantas medicinais e fitoterapia, homeopatia, Lian Gong em 18 terapias, medicina e terapias antroposóficas, meditação, musicoterapia, reiki, shantala, tai chi chuan, Terapia Comunitária Integrativa (TIC), ayurveda, yoga (hatha e laya) e a Técnica de Redução de Estresse (T.R.E.).
Em 2021, 34.687 pessoas buscaram alguma PIS nas unidades do DF. O número subiu 51,5% em 2022, quando o ano fechou com 52.561 praticantes.
As PIS são exercidas por profissionais de saúde da rede pública do DF devidamente habilitados por meio de cursos de capacitação ou com formação específica. As práticas estão presentes em todos os níveis de atenção.
“Na atenção básica, há agentes comunitários de saúde, unidades básicas de saúde com portas abertas e clínicas com equipes multidisciplinares, que promovem atividades individuais e coletivas. Na atenção secundária, os profissionais de saúde incluem, no plano terapêutico, as práticas que mais se adequam às necessidades do usuário. E, na atenção terciária, a população participa nas modalidades oferecidas em cada unidade”, explica o gerente de Práticas Integrativas em Saúde (PIS) da SES-DF, Cristian da Cruz Silva.
As PIS reúnem visões de mundo, do ser humano e do processo de adoecimento e saúde, colocando o indivíduo como protagonista. “O sujeito é o protagonista das relações com ele mesmo, com a comunidade, com o sistema único de saúde e com o meio ambiente. Sendo nestas relações, e não somente em medicamentos, que se encontra o verdadeiro processo de promoção de saúde”, acrescenta Silva.
*Com informações da SES-DF