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Economista diz que elite brasileira ainda se porta como na época colonial

Publicada em 19/02/24 às 00:08h - 19 visualizações

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Economista diz que elite brasileira ainda se porta como na época colonial
 (Foto: Rádio Rir Brasil - Brasília - Direção: Ronaldo Castro 61 99808 5827)
Durante a gestão do PT, os presidentes Lula e Dilma efetivaram uma política de valorização do salário mínimo, que aumentava acima da inflação conforme o desempenho do produto interno bruto (PIB). Um novo estudo, no entanto, aponta que esses ganhos foram absorvidos pelo 1%, a elite financeira do país, por meio das altas taxas de juros do Brasil.
Nesse novo levantamento, publicado pelo Cambridge Journal of Economics, o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), da Universidade de São Paulo (USP), concluiu que os “ganhos salariais reais dos trabalhadores brasileiros entre 2000 e 2019 foram redirecionados aos rentistas via juros pagos pelas famílias endividadas”.
Os dados, publicados em dois artigos pelos economistas Pedro Romero Marques e Fernando Rugitsky, apontam que a “expansão do consumo” e a “ampliação do crédito” causaram um processo de “expropriação financeira”, ou seja, de “transferência dos ganhos salariais para o setor rentista por meio do crescimento da dívida das famílias”.

Brasil: preso no extrativismo colonial

Para o economista Pedro Faria, esse dado demonstra o caráter colonial da economia brasileira.

“A questão é que o Brasil sempre foi uma economia colonial, e uma economia colonial extrativista é, em geral, caracterizada por um grau de rentismo muito alto.”

“Isso se mantém até o dia de hoje”, afirmou em declarações à Sputnik Brasil. “Óbvio que nós não somos mais nenhuma colônia, nem algum império escravagista, mas as estruturas estão ali.”
O termo rentismo, explica Faria, deriva do inglês “rent” ou aluguel, mas na economia é usado de forma um pouco diferente. “É uma renda que algum agente obtém simplesmente por possuir algum ativo.”
Durante a gestão do PT, os presidentes Lula e Dilma efetivaram uma política de valorização do salário mínimo, que aumentava acima da inflação conforme o desempenho do produto interno bruto (PIB). Um novo estudo, no entanto, aponta que esses ganhos foram absorvidos pelo 1%, a elite financeira do país, por meio das altas taxas de juros do Brasil.
Nesse novo levantamento, publicado pelo Cambridge Journal of Economics, o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), da Universidade de São Paulo (USP), concluiu que os “ganhos salariais reais dos trabalhadores brasileiros entre 2000 e 2019 foram redirecionados aos rentistas via juros pagos pelas famílias endividadas”.
Os dados, publicados em dois artigos pelos economistas Pedro Romero Marques e Fernando Rugitsky, apontam que a “expansão do consumo” e a “ampliação do crédito” causaram um processo de “expropriação financeira”, ou seja, de “transferência dos ganhos salariais para o setor rentista por meio do crescimento da dívida das famílias”.

Brasil: preso no extrativismo colonial

Para o economista Pedro Faria, esse dado demonstra o caráter colonial da economia brasileira.

“A questão é que o Brasil sempre foi uma economia colonial, e uma economia colonial extrativista é, em geral, caracterizada por um grau de rentismo muito alto.”

“Isso se mantém até o dia de hoje”, afirmou em declarações à Sputnik Brasil. “Óbvio que nós não somos mais nenhuma colônia, nem algum império escravagista, mas as estruturas estão ali.”
O termo rentismo, explica Faria, deriva do inglês “rent” ou aluguel, mas na economia é usado de forma um pouco diferente. “É uma renda que algum agente obtém simplesmente por possuir algum ativo.”
“O Estado gasta em uma moeda que ele emite e, quando tributa, recolhe aquela moeda que emitiu”, afirmou. “O Estado determina o custo dessa moeda, determina a taxa de juros, determina quanto vai recolher de impostos.”
Então, se uma pessoa deve pagar certo imposto, ele primeiro precisa vender algo para alguém, ou seja, realizar uma atividade econômica.

“Cada gasto do Estado é a renda de alguém que está vendendo para o Estado.”
Outro caminho é o aprofundamento de políticas de redistribuição de renda e de riqueza. A primeira, explica Faria, são programas como o Bolsa Família ou o aumento do salário mínimo, em que os pagamentos são recorrentes. A segunda é um pagamento único.
“Isso tem um efeito muito mais potencializado”, disse, “porque quem tem R$ 100 mil na mão agora para gastar tem muito mais margem de manobra do que uma pessoa que vai receber R$ 100 mil ao longo de cinco anos.”
É o caso do Pé de Meia, programa recém aprovado por Lula, em que alunos do Ensino Médio podem ganhar até R$ 9.200 “para usar como bem entender”. “Seja para se manter durante a universidade, adquirir uma moto, adquirir um instrumento de trabalho, dar entrada em um carro ou fazer uma reforma na casa.”
“Então, é a transferência de riqueza que dá uma liberdade muito grande“, disse. Esse tipo de medidas têm sido muito defendidas por economistas famosos, como Thomas Piketty.

“A gente tem que pensar em mais formas de transferir riqueza e renda. Cobrar mais imposto de renda dos mais ricos, aumentar o salário mínimo e reduzir o imposto dos pagos pelos mais pobres”, defendeu Faria.

Fonte: Sputnik Brasil




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