À medida que nos aproximamos do segundo turno das eleições municipais, vivenciamos um momento crucial que vai além da escolha de nossos futuros prefeitos, e prefeitas, vereadores e vereadoras.
Este é um momento de decisão sobre os rumos do país e, mais que nunca, é imperativo refletir sobre os desafios que enfrentamos como nação.
As mudanças climáticas já estão entre nós, e seus efeitos são sentidos de Norte a Sul. A seca extrema que assola a Amazônia, com seus rios secando e ameaçando a vida das populações ribeirinhas é um dos sinais mais dramáticos dessa crise. As queimadas, os incêndios florestais e o aumento das temperaturas em todo o país estão destruindo nossa biodiversidade e comprometendo o futuro de nossas cidades. No Sul, vimos recentemente o impacto devastador dos eventos climáticos extremos, como os ciclones, que destruíram comunidades inteiras.
É nesse cenário de crise que devemos exercer nosso poder de voto de forma consciente. As eleições deste ano não tratam apenas de projetos locais. Estão em jogo questões fundamentais para o futuro da democracia e do meio ambiente. Devemos escolher candidatos que compreendam a gravidade da crise climática e que estejam comprometidos com a construção de cidades resilientes e sustentáveis, capazes de proteger as pessoas, os animais e a natureza, como um todo, dos desastres que já estão acontecendo.
Infelizmente, no primeiro turno vimos que o tema ambiental foi negligenciado pela maioria das candidaturas, evidenciando um perigoso descompasso entre a política tradicional e a realidade que o Brasil enfrenta. No entanto, o impacto da crise ecológica, energética e climática não pode ser ignorado. Todos os municípios brasileiros estão vulneráveis, e a falta de ação da maioria dos líderes políticos agrava a situação.
Neste segundo turno, assistimos à polarização atingir níveis alarmantes em várias cidades. De um lado, temos candidatos da extrema direita, negacionistas e fascistas, que rejeitam a ciência e minimizam os impactos das mudanças climáticas. De outro, temos aqueles que defendem a democracia e que podem ser sensibilizados para agir em prol do meio ambiente.
Cidadãos e cidadãs, o segundo turno representa uma escolha histórica. Ao votar, é fundamental que optemos por candidatos comprometidos com a defesa da democracia e com a luta contra as mudanças climáticas. Não podemos permitir que a extrema direita e os fascistas ganhem mais espaço na política nacional. O Brasil precisa de lideranças que estejam preparadas para enfrentar a crise ecológica, que se agrava a cada ano.
É igualmente necessário que as candidaturas democráticas que ainda não se comprometeram com a pauta ambiental se posicionem firmemente. Uma boa referência é a assinatura de plataformas como Bússola 2024 (https://www.bússola.org.br), Cidades Sustentáveis (https://www.cidadessustentaveis.org.br) e Direitos da Natureza (https://forumdireitosdanatureza.org.br), além de se referenciarem na Carta da Terra e na Agenda 2030. Mas, acima de tudo, os futuros prefeitos e vereadores devem estar prontos para enfrentar a devastação climática que estamos vivendo, desde a seca na Amazônia até as tempestades no Sul do país.
A crise ambiental não é uma abstração. Ela está aqui, e está destruindo o Brasil. O sistema de produção e consumo que alterou o clima do planeta deve ser combatido com políticas públicas sérias, e isso começa nas eleições. Neste segundo turno, votemos com consciência. Não podemos permitir que negacionistas e fascistas dominem a política nacional.
A democracia e o meio ambiente estão em jogo. Vote por um Brasil mais justo, democrático e sustentável.
*Brasília, 12 de outubro de 2024
Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – FBOMS *