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História: as idas e vindas para demarcar a estaca zero de Brasília

O jornalista Jarbas Marques foi testemunha ocular da construção de Brasília e contou ao Correio detalhes sobre a tentativa de implantar um monumento no marco inicial da cidade, no início dos anos 2.000

Publicada em 15/08/24 às 07:35h - 22 visualizações

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História: as idas e vindas para demarcar a estaca zero de Brasília
 (Foto: Rádio Rir Brasil - Brasília - Direção: Ronaldo Castro 61 99808 5827)
Foto da construção da Rodoviária do Plano Piloto. No detalhe, o monte de terra onde foi fincado o Marco Zero - (crédito: Arquivo Público do DF/Mario Fontenelle)

Novidade da história da capital do país, a descoberta do que está sendo chamado de "Marco Zero" de Brasília tem levado muitos turistas, curiosos e entusiastas para o Buraco do Tatu, embaixo da Rodoviária do Plano Piloto. No entanto, o ponto a partir do qual foram feitas as medições para a construção de Brasília já havia sido "descoberta" pelo menos duas vezes nas últimas décadas.  

O jornalista Jarbas Silva Marques, 81 anos, contou ao Correio que, em 2002, na ocasião do centenário de nascimento de Lucio Costa e do presidente Juscelino Kubitschek, ele tentou construir um monumento no local para marcar a "estaca zero" (como ele aponta ser o termo correto) da capital. Na época, ele era diretor do Patrimônio Histórico e Artístico do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHGDF).

 

Jarbas relata que, para a festividade, Augusto Guimarães Filho, engenheiro-chefe do escritório de Lucio no Rio de Janeiro na época da construção de Brasília, pediu-lhe para resgatar o que ele considerava uma "grande omissão", que era não ter feito um monumento na estaca zero da cidade. Os dois eram amigos próximos. 

Para tal, Jarbas foi em busca de amigos, como Joffre Mozart Parada, engenheiro topógrafo que recebeu as coordenadas para fincar a estaca, em 1957, e o então diretor de edificações da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Cláudio Santana, também responsável pela primeira edificação residencial de Brasília. Jarbas se reuniu com a diretoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

"Entre 2001 e 2002, Bush estava preparando a invasão do Iraque. Os satélites militares americanos interferiam em cima de Brasília e o IBGE não pôde fazer a plotagem de onde era a estaca zero", lembra Jarbas. "Então, a equipe de topografia da Novacap usou as amarrações da terceira ponte para chegarmos até o cruzamento do Eixo Monumental com o Rodoviário. Eu, com a minha equipe e a da Novacap achamos o ponto e fizemos um cruzamento de giz e eu bati uma estaca de ferro no local", continua. 

Marques também dá detalhes do projeto que pensou para o local. Seria subida uma cinta de aço escovada nas laterais do Buraco do Tatu, e, no ponto onde estava a estaca, seria feita uma escareação no concreto para botar uma lâmpada em giroscópio, que giraria dia e noite. "Em cima, em frente à Administração da Rodoviária, ficaria o pátio para os turistas assistirem. Brasília é uma das poucas capitais do mundo onde você pode colocar o dedo no local onde começou a cidade", assinala o jornalista. Contudo, a Secretaria de Obras não autorizou a construção do monumento. 

História 

Jarbas Silva Marques é testemunha preciosa da construção de Brasília, evento que cobriu como jornalista. Ele estava em Brasília, em 1957, quando começou a construção da nova capital do maior país da América do Sul. Em uma das fotos do início das obras, Jarbas chama atenção para um monte de terra no local onde hoje é a Rodoviária do Plano Piloto. "Ali é o local da estaca zero",  aponta. O nome "Buraco do Tatu" surgiu porque nesse monte de terra havia um buraco feito por esse animal típico do Cerrado.  "Quem me disse isso foi Mário Fontenelle, grande fotógrafo de Brasília, mecânico de avião de Juscelino, que lhe deu uma máquina fotográfica com a qual ele fez cerca de 8 mil fotogramas", relata. 

A escolha do local para fincar a estaca zero foi motivo de conflito entre Augusto Guimarães Filho e Israel Pinheiro, que queria marcar o ponto em qualquer local. "Você assina um documento, porque, do jeito que você quer, a Asa Norte vai cair dentro do lago", teria rebatido Augusto, engenheiro apontado como o responsável por tirar Brasília do papel. 

Em 15 de abril de 1957, o Sítio Castanho, em seu ponto mais alto, a 1.172 metros de altitude, onde hoje é a Praça do Cruzeiro, teria sido escolhido para a construção de Brasília. "Em 20 de Abril, Jofre desce abrindo a picada para medir o Eixo Monumental e marcar onde seria feito o Eixo Rodoviário. Depois de marcar a estaca zero, começou a remoção de terra para aplainar a Esplanada dos Ministérios, que era uma depressão", conta Jarbas, que tem passagens por veículos de comunicação, como a Revista IstoÉ e o Correio Braziliense. 

Outra marcação 

Em 2021, o geógrafo Telmo Ribeiro, 60 anos, fez uma outra marcação da estaca zero de Brasília. "Eu e colegas fizemos, por diversão, a medição e achamos o ponto exato. Tinha um olho de gato a 1,5m do ponto, mas não tinha nada oficial marcado, apenas uma inscrição 'MZ'", lembra o geógrafo, que passaria a trabalhar no IHGDF no ano seguinte. 

Em 2023, ele propôs ao instituto a promoção de um concurso para fazer a demarcação da estaca zero, mas foi informado que nada poderia ser construído no Buraco do Tatu. Casualmente, na obra que foi feita no local, retiraram o asfalto e acharam a estaca de cimento, que o Arquivo Público confirmou ser a estaca zero. 

"Ali começou a cidade. Todas as cidades têm o seu marco zero. Aqui, o marco zero é mais importante porque se trata de uma cidade projetada. Dá início à construção real e simbólica de Brasília. É onde tudo começou", frisa o geógrafo. 

 

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