Há mais de 120 dias sem chuva, Brasília tem o Lago Paranoá como ótima opção para enfrentar a seca e o calor, mas os banhistas devem ficar atentos para se manterem em segurança. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), de janeiro de 2020 a julho deste ano, foram registradas cerca de 709 ocorrências de afogamentos no Lago Paranoá, o que significa um incidente a cada 2,5 dias. Em 2024, foram realizados 62 resgates no primeiro semestre.
De acordo com o Sargento Flávio Rosa, do CBMDF, os locais, considerados de maior risco pelo número de banhistas, são: a Ponte JK, a Ponte do Bragueto, o Parque Ecológico da Ermida Dom Bosco, a prainha do Lago Norte e a Praça dos Orixás. As causas mais comuns envolvem a ingestão de bebidas alcoólicas e excesso de confiança na própria capacidade de nadar.
O Serviço de Atendimento Móvel com Urgência (Samu) recomenda que os banhistas fiquem atentos aos locais desconhecidos, escuros, profundos e com correnteza. Além de não realizar saltos de alturas, de pedras ou árvores diretamente na água. Competições para atravessar grandes distâncias aquáticas também devem ser evitadas.
O Samu dá dicas para evitar qualquer tipo de risco. "Realizar alongamentos antes de nadar em águas de baixas temperaturas, evitando assim câimbras. Sempre que entrar na água, estejam em companhia de pessoas que já conheçam o local e saibam indicar locais seguros para o banho."
O sargento alerta também sobre os perigos para as crianças no Lago Paranoá. Ele afirma que os pais precisam estar sempre perto dos filhos e mantê-los no máximo a um braço de distância. Mesmo que esteja com uma boia ou algum outro tipo de proteção, ela deve ser acompanhada 100% do tempo por um adulto responsável.
Ainda que a pessoa saiba nadar, é necessário cuidado para socorrer alguém que esteja com dificuldades para se manter boiando. O Samu alerta que é importante solicitar ajuda ligando imediatamente para os serviços de emergência 192 e 193. Se o local for profundo ou houver muita correnteza não é recomendado o socorro, pois a pessoa pode acabar se afogando junto. Caso decida entrar em ação, o certo é acessar a vítima pelas costas, para evitar que ela tente subir no socorrista e o afogue.
O ideal em situações de risco é tentar atirar objetos com os quais o banhista possa se apoiar. Materiais flutuantes como boias, coletes, caixas de isopor, tampas de caixa térmica, cordas, madeira ou até mesmo galhos podem servir para que a vítima se mantenha na superfície e o resgate seja facilitado.
O sargento Rosa recomenda que a pessoa tente nadar a favor da correnteza e mantenha a calma enquanto espera o resgate. Caso não saiba nadar, é importante procurar áreas mais rasas do Lago, onde há bombeiros de guarda-vidas, sendo assim próprias para todos os banhistas.
Em 20 de julho deste ano, um homem veio a falecer após cair de uma embarcação nas proximidades da Ponte JK, perto do Mirante Parque das Copaíbas. O corpo da vítima foi encontrado a uma profundidade de cerca de 8 metros. Uma semana depois, um senhor de 60 anos desapareceu ao tentar atravessar o Lago, em um percurso de 300 metros, nas proximidades da MI 06 do Lago Norte. No mesmo dia, o corpo do homem foi encontrado a aproximadamente 30 metros da margem do lago.
* Estagiários sob supervisão de Márcia Machado