Até o dia 20 de novembro, o Coletivo Justina, sediado em Aparecida de Goiânia/GO, estará em uma circulação por cidades do Equador e do Chile, apresentando o espetáculo infantil Dr. Raimundo e ministrando a formação “Dramaturgias Emergentes”, criada pela atriz e escritora Takaiuna. O coletivo foi o responsável por levar o teatro goiano pela primeira vez para o Continente Africano.
Os eventos são gratuitos e abertos às comunidades de cada região, sendo as crianças e seus familiares o público-alvo do espetáculo. Já a oficina é voltada para professores, artistas, criadores e encenadores teatrais. A turnê integra o projeto “Dr. Raimundo mundo afora”. Fundado em 2016, o Coletivo Justina tem como principal característica a articulação com grupos e instituições de base comunitária.
O primeiro país a receber o grupo será o Equador, na cidade de Guayaquil, durante a programação do VI Congresso Cultura Viva Comunitária daquele país. No Equador, as atividades serão na Faculdad de Artes da Universidade Central de Quito. Já no Chile, as atividades acontecerão em parceria com a Escola de Escritores DramaSur e o Tetro Biobio, na cidade de Concepción.
Segundo Pablo Lopes, gestor cultural do Coletivo Justina, a circulação por países da América Latina garante a continuidade da articulação com redes de Cultura Viva Comunitária e de dramaturgias, visitando e promovendo intercâmbio entre as estéticas políticas criadas nesses territórios comuns. Sobre isso, Pablo comenta: “Além da troca artística, a circulação produz partilhas na forma de produção e interação com o público.”
O espetáculo Dr. Raimundo
Co-produzido com o Teatro Ludos, o espetáculo Dr Raimundo traz para a cena a narrativa de um menino que sofre por ser diferente das outras crianças. Durante todo o espetáculo as situações experienciadas pela personagem nos levam a refletir sobre a aceitação da diversidade e a importância de respeitar as diferenças.
Por se tratar de um espetáculo com recursos de acessibilidade e realizado de maneira a interagir com os pequenos, a participação das crianças e de seus familiares é sempre uma experiência rica e repleta de referências culturais da própria localidade onde se apresenta, diz a atriz Takaiuna. Segundo a arte-educadora, os recursos de contação de histórias e de uma dramaturgia de base comunitária promovem uma comunicação espontânea e autêntica, como ocorreu na África Ocidental, em Guiné-Bissau.
Esse espetáculo também tem sido apresentado nos quintais de moradores de Aparecida de Goiânia, promovendo a aproximação do fazer artístico e estético das comunidades locais e seus territórios. Com o projeto “Teatro nos Quintais”, o Justina também tem feito um mapeamento cultural do município, através do contato direto com seus habitantes.
Coletivo Justina – ancestralidade, comunidade e arte
Fundado em 2016, o Coletivo Justina tem como prática estético-política o exercício de experimentação que cabe em vários segmentos artísticos e culturais. O Coletivo tem suas ações culturais inspiradas na fronteira entre a ancestralidade, o comunitário e a arte. Sua sede é em Aparecida de Goiânia. Nos últimos anos, o Ponto de Cultura Justina vem realizando atividades de formação, pesquisa e circulação artística por vários estados do Brasil, como Ceará, Maranhão, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. Suas ações e pesquisas também movimentam experiências internacionais. Na América Latina, tem articulado com grupos e artistas da Argentina, Equador, Bolívia e México, onde trabalhou em parceria com o Programa Iberscena para a direção de espetáculo e construção dramatúrgica a partir da realidade de crianças e adolescentes locais. Itália, Israel e o Estado da Palestina também foram visitados por membros do Coletivo, tecendo uma rede afetiva de trocas simbólicas e estéticas.