No último domingo (18), Bolsonaro visitou o caixão da rainha mais longeva do Reino Unido, assim como outros chefes de Estado, e assinou o livro de condolências da monarca. Antes, o candidato à reeleição discursou para apoiadores na Embaixada do Brasil.
Bolsonaro afirmou que ganhará a eleição presidencial brasileira no primeiro turno, marcado para o dia 2 de outubro. Rivais do chefe do Executivo, os também candidatos ao Palácio do Planalto Soraya Thronicke (União Brasil) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram e acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o episódio.
Ao menos três representações foram protocoladas na Corte Eleitoral contra Bolsonaro. Entre os pedidos, estão o impedimento de usar como propaganda qualquer imagem de sua passagem em Londres, assim como para ser investigado por abuso de poder.
Bolsonaro participou, durante o período matutino, do velório da rainha Elizabeth 2ª. O caixão da soberana chegou ao Castelo de Windsor, ponto final do funeral, por volta de 11h06 em Brasília. À tarde, o presidente vai comparecer a uma recepção oferecida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, James Cleverly. Na sequência, viaja para Nova York, nos Estados Unidos, para participar da assembleia geral das Nações Unidas.
Em seu discurso na abertura da 77ª sessão da assembleia geral, Bolsonaro deve mencionar a guerra na Ucrânia, além das consequências econômicas e sanitárias da pandemia de Covid-19. Ele também pretende defender a segurança alimentar global e o meio ambiente.
Bolsonaro vai ser reunir de forma bilateral com os presidentes do Equador, da Guatemala, Polônia e Sérvia, Guilherme Lasso, Alejandro Giammattei, Andrzej Duda e Aleksandar Vučić, respectivamente. O líder brasileiro vai se encontrar, ainda, com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. Não há previsão de compromissos com chefes de grandes potências mundiais.
Durante os encontros bilaterais, Bolsonaro deverá tratar do conflito na Ucrânia, iniciado em 24 de fevereiro, da recuperação das economias mundiais pós-pandemia e da reforma do Conselho de Segurança da ONU — um pleito brasileiro que se alastra há anos e cuja negociação teve pouco avanço.
"Em relação ao conflito, vamos reiterar o que temos dito recorrentemente desde o início, que queremos uma solução. A ONU e o Conselho de Segurança têm que ter um papel preponderante. Defendemos a integridade do território e que seja resolvido rapidamente", afirmou o secretário de assuntos multilaterais políticos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Paulino de Carvalho Neto.
O retorno de Bolsonaro ao Brasil deve ocorrer ainda na terça-feira (20).