Um helicóptero da Força Aérea da Colômbia retirou da densa selva de Guaviare as quatro crianças que foram encontradas após 40 dias de buscas. Em um vídeo publicado pelo Ministério da Defesa, observa-se como os menores foram resgatados por via aérea na noite desta sexta-feira. A localização do grupo foi anunciada horas antes pelo presidente colombiano, Gustavo Petro, nas redes sociais.
Os militares usaram cordas e outros elementos de proteção para resgatar as crianças. Elas foram elevadas a quase 60 metros de altura, onde pairava um helicóptero por sobre as imensas árvores da Amazônia colombiana.
As imagens mostram as crianças agarradas aos militares até serem colocadas em segurança dentro da aeronave. De acordo com a Força Aérea da Colômbia, a falta de visibilidade também dificultou os trabalhos de resgate.
“Neste momento comandos de Força Aérea da Colômbia retiram as 4 crianças da selva densa. O helicóptero está a mais de 60 metros de altura. As árvores são muito altas e a visibilidade é quase nula. Eles vão para o heliporto montado no meio da selva para esta operação”, informaram os militares.
Do heliporto, a aeronave seguiu para Calamar, onde foi reabastecida e depois partiu para San José del Guaviare. No destino final as crianças foram levadas ao hospital municipal para serem atendidas pela equipe médica das Forças Armadas da Colômbia.
Lesly Mucutuy, Soleiny Mucutuy, Tien Noriel Ronoque Mucutuy e Cristin Neriman Ronoque Mucutuy foram encontrados a 3,5 quilômetros do ponto da queda do avião ocorrido em 1º de maio.
Presidente colombiano anuncia resgate
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou, nesta sexta-feira, que equipes de resgate encontraram com vida as quatro crianças que estavam perdidas havia quarenta dias na selva amazônica, depois da queda do avião em que viajavam. Três adultos, entre eles a mãe das crianças, morreram no acidente provocado por uma falha mecânica.
“Uma alegria para todo o país! Apareceram com vida as 4 crianças que estavam perdidas havia 40 dias na selva colombiana”, escreveu Petro no Twitter, onde também publicou fotos dos quatro irmãos identificados como Lesly Jacobombaire Mucutuy, de 13 anos; Soleiny Jacobombaire Mucutuy, de 9 anos; Tien Noriel Ranoque Mucutuy, de 4 anos, e Cristin Neriman Ranoque Mucutuy, de 1 ano.
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Após o desastre com a aeronave em primeiro de maio, o presidente colombiano chegou a anunciar, dias depois, que as crianças haviam sido encontradas, mas voltou atrás na informação e as buscas continuaram.
Mais de 100 militares com cães farejadores foram acionados para seguir o rastro dos menores e caminharam pela selva entre os departamentos de Caquetá, onde o avião ficou com a frente destruída, e Guaviare, ambos no sul da Colômbia.
No momento do acidente, a avó das crianças, Fátima, falou com o jornal El Tiempo sobre a expectativa pelas buscas aos netos e sobre a tristeza com a morte da filha, Magdalena Mucutuy, mãe dos quatro irmãos da etnia indígena Huitoto. Além da mãe dos meninos, também morreram o piloto e o outro passageiro, um líder indígena.
Ao chegar a Bogotá, voltando de Cuba — onde anunciou um acordo de cessar-fogo com a guerrilha ELN — o presidente colombiano disse à imprensa que as crianças passam por cuidados médicos.
— Estão fracos. Vamos deixar os médicos fazerem a sua avaliação — disse o presidente.
Petro informou ainda que os menores conseguiram sobreviver sem ajuda de adultos.
— Estavam sozinhos, eles mesmos conseguiram. Um exemplo de sobrevivência total que ficará na história — completou.
Durante as buscas, em uma área de mata fechada e de difícil acesso, os militares e indígenas envolvidos na operação acharam vestígios que indicavam a sobrevivência dos meninos. Fraldas, um acessório para celular, uma toalha e um par de tênis estavam entre os objetos encontrados. Os itens surgiram a cerca de 600 metros do local onde caiu o avião. Na região, há a presença constante de animais selvagens e chuva permanente que dificultaram o resgate.
De acordo com militares que atuaram na operação, os menores embarcaram no avião com a mãe para fugir de dissidentes do acordo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que ainda ameaçam aos moradores da região onde vivem os indígenas da etnia Huitoto.
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