Desde que Javier Milei chocou a Argentina com sua vitória inesperada nas eleições primárias de agosto, analistas e jornais ao redor do mundo passaram a salientar os pontos em comum entre a trajetória do economista que venceu as eleições presidenciais neste domingo (19/11) e a de outros dois políticos que também tiveram uma ascensão surpreendente: os ex-presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Jair Bolsonaro, do Brasil.
As comparações com Bolsonaro e Trump, dois líderes de quem Milei se diz admirador, já eram feitas desde 2021, quando o economista argentino que se define como libertário foi eleito deputado, e ganharam mais destaque depois que sua coalizão, La Libertad Avanza ("A Liberdade Avança", em tradução livre), despontou nas primárias, com mais de 30% dos votos.
Donald Trump fez questão de compartilhar uma notícia sobre a vitória de Milei neste domingo e comentar: "Make Agentina great again", escreveu na rede Truth, usando uma versão de seu slogan.
Jair Bolsonaro disse no X, antigo Twitter: "A esperança volta a brilhar na América do Sul". O brasileiro, declarado inelegível pelas autoridades brasileiras, completou fazendo um aceno a Trump, que pretende voltar a disputar a Casa Branca no ano que vem: "Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil para que a honestidade, o progresso e a liberdade voltem para todos nós".
Milei, Bolsonaro e Trump costumam ser descritos por alguns analistas como líderes populistas de um novo movimento global de "direita antipolítica" (ou, para alguns, de "direita radical" ou "extrema direita") que se constrói questionando a direita tradicional.