Depois de ter sido chamado para dar palestra em um evento sobre "alta performance para a vida", o psiquiatra Daniel Martins de Barros decidiu escrever um livro para questionar o desgaste gerado pela cultura de buscar ser melhor que os outros.
"Quando você entende que não 'tem que' (ser o melhor), você se torna mais livre", diz Barros, professor colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e médico do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.
Ter a opção de não buscar ser o melhor no que se faz não é privilégio de parte da população? Barros considera que não.
"Se não, estaríamos dizendo que a liberdade é um privilégio, que parte da população deveria ser impedida de escolher ser feliz com menos, por exemplo."
Mas isso vale para todos, na prática? Um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), por exemplo, apontou que funcionárias tinham, em média, 14% menos probabilidade de serem promovidas do que os seus colegas homens, mesmo com desempenho superior e menos propensas a pedir demissão.