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Brasil manifesta apoio a plano dos EUA para cessar-fogo na guerra Israel-Hamas

Declaração assinada por 17 países diz que Tel Aviv está 'pronta para avançar' com proposta e apela ao Hamas por acordo

Publicada em 08/06/24 às 16:29h - 25 visualizações

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Brasil manifesta apoio a plano dos EUA para cessar-fogo na guerra Israel-Hamas
 (Foto: Rádio Rir Brasil - Brasília - Direção: Ronaldo Castro 61 99808 5827)

SÃO PAULO (FOLHAPRESS) – O governo do Brasil manifestou nesta quinta-feira (6) apoio ao plano apresentado pelos Estados Unidos para estabelecer um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas, que nesta sexta (7) completará oito meses. A proposta envolve a interrupção dos ataques na Faixa de Gaza em troca da libertação dos reféns ainda em poder da facção terrorista.

“Apelamos aos líderes de Israel, bem como ao Hamas, para que assumam todos os compromissos finais necessários para fechar este acordo e trazer alívio às famílias dos nossos reféns, bem como às pessoas de ambos os lados deste terrível conflito, incluindo as populações civis”, diz trecho da nota divulgada pelo Itamaraty. “É hora de a guerra acabar e este acordo é o ponto de partida necessário.”

A declaração foi assinada em conjunto com outros países. Além do Brasil e dos EUA, Argentina, Áustria, Bulgária, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia, Espanha, Tailândia e Reino Unido manifestaram apoio ao plano, anunciado pelo governo Joe Biden no último dia 31.

A proposta de trégua consiste de três fases. Na primeira, haveria um cessar-fogo completo por seis semanas, Israel retiraria todas as tropas das áreas habitadas da Faixa de Gaza, e reféns sequestrados pelo Hamas nos ataques terroristas de 7 de outubro seriam libertados em troca da soltura de centenas de prisioneiros palestinos. Ao mesmo tempo, passaria a haver um fluxo de 600 caminhões de ajuda humanitária entrando em Gaza por dia, de acordo com Biden.

Na segunda fase, o Hamas e Israel negociariam um fim para a guerra, e o cessar-fogo continuaria em vigor durante essas negociações. Esse ponto contraria aquele que tem sido o mantra do premiê Binyamin Netanyahu e da cúpula do gabinete de guerra israelense desde o início do conflito —de que o conflito só terminaria com a destruição completa da facção terrorista e com a erradicação de seu controle político e militar sobre Gaza. A terceira fase consistiria de um plano de reconstrução do território palestino.

No último domingo (2), um assessor de Netanyahu afirmou que Israel aceitou os termos gerais do acordo proposto por Biden, mas que alguns detalhes ainda precisavam ser definidos.

No comunicado, o Itamaraty diz que o governo israelense “está pronto para avançar” com o plano e faz um apelo específico ao Hamas para que aceite a proposta. “Apelamos ao Hamas para fechar este acordo, que Israel está pronta para avançar, e iniciar o processo de libertação dos nossos cidadãos”, diz.

O Brasil também reiterou que Israel e Hamas estão obrigados, por determinação da Corte Internacional de Justiça, a cessar as hostilidades em Rafah, a libertar os reféns e a permitir ajuda humanitária aos civis.

No mês passado, a corte sediada em Haia, na Holanda, chamou de desastrosa a condução de Tel Aviv sobre a questão humanitária no território palestino e afirmou não estar convencida de que os avisos sobre retirada de civis e outras medidas tomadas por Israel, que enfrenta um crescente isolamento internacional, sejam suficientes para diminuir os danos aos palestinos. O tribunal, porém, não tem meios para fazer Israel cumprir suas ordens.

Até aqui, negociações entre as partes em guerra mediadas pelo Egito, Qatar e EUA não prosperaram, com exceção de um cessar-fogo de uma semana entre novembro e dezembro de 2023. Tanto Israel quanto o Hamas acusam um ao outro de intransigência e de exigências implausíveis.

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