O líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, de 62 anos, foi morto durante um ataque de Israel à capital do Irã na madrugada desta quarta-feira, 31. De acordo com a mídia iraniana, Haniyeh estava hospedado em um prédio para veteranos de guerra, em Teerã, quando foi surpreendido com um ataque aéreo.
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Haniyeh era amplamente considerado o líder geral do Hamas. Ele viveu exilado no Catar nos últimos anos, incluindo os meses que se seguiram ao ataque de Hamas a Israel que desencadeou um conflito em grande escala na Faixa de Gaza. Israel não se manifestou sobre o ataque.
Segundo o Hamas, Haniyeh estava em Teerã para participar da cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, que tomou posse na terça-feira, 30. A morte de Haniyeh pode potencializar o conflito pelo Oriente Médio, conforme especialistas.
“Ato covarde”
O membro do gabinete político do Hamas, Musa Abu Marzuk, disse que foi um “ato covarde” e que “não ficará sem resposta”. Outro alto funcionário do grupo terrorista, Sami Abu Zuhri, disse que a organização “continuaria no seu caminho”.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã disse que o “martírio” de Haniyeh “fortalecerá o vínculo profundo e inquebrável entre Teerã, a Palestina e a resistência”, segundo a mídia estatal. Os ministérios das Relações Exteriores da Rússia e da Turquia também condenaram o ataque.
A morte de Haniyeh ocorreu poucas horas depois de Israel afirmar ter matado o principal comandante militar do Hezbollah, um grupo terrorista baseado no Líbano, também apoiado pelo Irã. Israel disse ter matado Fuad Shukr em um ataque aéreo, em retaliação a um ataque com foguetes nas Colinas de Golã ocupadas por Israel no fim de semana.
O Hezbollah ainda não confirmou que um comandante sênior foi morto por um ataque israelense em Beirute na terça-feira, mas disse que Shukr estava em um prédio que foi alvo.
Morte de filhos e netos
Em 11 de abril, Ismail Haniyeh já havia sofrido um duro golpe de Israel. Três dos seus filhos e dois netos foram mortos em ataque das Forças de Defesa de Israel em Gaza. O Exército israelense afirmou que os três irmãos eram “militares do Hamas” e confirmou que eles foram mortos, dizendo que foram “eliminados”.
Na época, Haniyeh, também conhecido como “Abu Al-Abd”, disse à rede de televisão Al Jazeera que recebeu a notícia enquanto visitava palestinos feridos que haviam sido transferidos para a capital do Catar para tratamento.
Ele disse que agradeceu a Deus pela “honra que me foi concedida pelo martírio dos meus filhos e netos” e garantiu que isso não afetaria o posicionamento do Hamas nas negociações do grupo com Israel sobre um cessar-fogo em Gaza.
“O inimigo tem ilusões se pensa que atacar os meus filhos, no auge das negociações e antes de enviarmos a resposta, levará o Hamas a mudar seu posicionamento. O sangue dos meus filhos não é mais valioso do que o sangue do nosso povo”, afirmou Haniyeh.
Aquela não era a primeira vez que a família do líder do Hamas é atingida por Israel. Sabe-se que outro de seus filhos morreu em fevereiro, enquanto seu irmão e sobrinho foram mortos em outubro, seguidos por um neto em novembro.
Israel havia prometido destruir o Hamas após o ataque de 7 de outubro de 2023 ao sul do país, que matou 1.200 pessoas. O país do oriente médio respondeu com uma operação militar massiva na Faixa de Gaza controlada pelo Hamas, que matou pelo menos 39.400 pessoas, segundo o ministério da saúde administrado pelo grupo.