O grupo terrorista palestino Hamas assegurou que a eliminação de seu líder, Yahya Sinwar, o tornará mais forte e descartou libertar os 101 reféns em seu poder até que Israel ponha fim à guerra na Faixa de Gaza. Sinwar foi morto na tarde de quarta-feira (16/10), durante uma operação de rotina do Exército israelense. Em vídeo, Khalil Al-Haya, vice-líder do Politburo (comitê político do Hamas), afirmou que Israel se arrependerá por ter matado Sinwar. "Os prisioneiros não retornarão, a menos que a agressão contra o nosso povo em Gaza pare", declarou.
Por sua vez, as Brigadas Ezedin al Qassam — braço armado do movimento — prometeram manter a luta até a "libertação da Palestina". Em nota, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) chorou a morte de Sinwar e exortou as facções palestinas a se unirem. "O comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina expressa suas condolências ao povo palestino e a todas as facções nacionais pelo martírio do grande líder nacional Yahya Sinwar, líder político do Hamas", afirmou.
Em nota enviada à reportagem, por meio do WhatsApp, Basem Naim, chefe do Departamento Político do Hamas, afirmou que Israel "acredita que matar os líderes (do grupo) significa o fim do movimento e da luta do povo palestino". "Eles podem acreditar no que quiserem. (...) Eles repetiram as mesmas declarações quando mataram o xeque Ahmed Yassin (2004); o Dr. Abdel Aziz Al-Rantisi (2004); e Salah Shehade, primeiro chefe das Brigadas Al-Qassam (2002). O Hamas, cada vez mais, tornou-se mais forte e popular, e essas lideranças se transformaram em ícones para futuras gerações", advertiu. "O Hamas é um movimento de libertação liderado pelo povo, que busca liberdade e dignidade, e isso não pode ser eliminado. Nós acreditamos que nosso destino seja um de duas coisas boas: a vitória ou o martírio."
Ao fim de uma visita à Alemanha, onde se reuniu com o chanceler Olaf Scholz (Alemanha); com o premiê Keir Starmer (Reino Unido); e com o homólogo Emmanuel Macron (França); o presidente dos EUA, Joe Biden, classificou a eliminação do terrorista como "uma oportunidade para buscar o caminho para a paz" no Oriente Médio. "Achamos que há uma possibilidade de trabalhar para um cessar-fogo no Líbano. E vai ser mais difícil em Gaza, mas concordamos que tem que haver um resultado, o que — o que acontece no dia seguinte", disse o democrata.
O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato do Partido Republicano à Casa Branca, Donald Trump, aplaudiu a eliminação de Sinwar e disse acreditar que o assassinato do terrorista aproxima a Faixa de Gaza da paz. "Penso que a torna (a paz) mais fácil. Estou contente de que Bibi (o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu) tenha decidido fazer o que tinha que fazer", declarou.