Na reta final das eleições americanas, fica a pergunta: o voto por correio é seguro? O modelo tem sido alvo de teorias conspiratórias, especialmente após o incêndio de urnas de coleta de votos nos estados de Washington e Oregon. Os incidentes, ocorridos em pontos onde eleitores depositam votos antecipados, acirraram o debate sobre a integridade do processo, incentivado pelo ex-presidente e candidato republicano Donald Trump. Sem apresentar provas, Trump acusou irregularidades no voto por correio e alegou que urnas no condado de Lancaster, na Pensilvânia, continham votos irregulares, algo negado por autoridades. Entenda as eleições americanas:
De acordo com o governo dos EUA, o sistema de voto por correio é seguro. Várias medidas estão em vigor para prevenir fraudes, como o uso de códigos de barras, marcas d’água, verificação de informações pessoais e até a pesagem das cédulas — cada estado define as próprias práticas de segurança.
Nos Estados Unidos, cada estado organiza suas próprias eleições e determina as regras para o voto por correspondência, sem uma legislação federal unificada para a modalidade. A única exceção envolve votos de militares no exterior, cuja logística é responsabilidade do governo federal, via serviço postal estatal.
A apuração dos votos por correio ocorre em duas fases: primeiro, a cédula é autenticada por meio de verificação da assinatura com os documentos do eleitor; se aprovada, a cédula segue para a contagem, que pode ser feita antes, durante ou depois do dia da eleição, dependendo do estado. Em todos os casos, os resultados do voto por correio só são divulgados junto aos do voto presencial.
Além da opção de voto por correio, os eleitores americanos podem optar pelo voto antecipado, que visa evitar grandes concentrações nas sessões eleitorais, ou votar presencialmente na primeira terça-feira de novembro, data oficial da eleição.
Outro aspecto particular do sistema eleitoral americano é o Colégio Eleitoral. Nesse modelo, os votos populares não elegem diretamente o presidente; em vez disso, cada estado possui um número de delegados equivalente ao número de parlamentares no Congresso. Assim, estados mais populosos, como a Califórnia, possuem mais delegados (55), enquanto estados como o Alasca possuem apenas três. O candidato que obtiver a maioria dos votos em um estado conquista todos os seus delegados, exceto em Maine e Nebraska, que distribuem proporcionalmente seus representantes. Para vencer a eleição, um candidato precisa de pelo menos 270 dos 538 delegados disponíveis.
Esse modelo é o motivo pelo qual candidatos como Hillary Clinton, em 2016, e Al Gore, em 2000, ganharam o voto popular, mas não alcançaram a Casa Branca.
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