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Investigação busca respostas para a maior tragédia aérea dos EUA em 24 anos

Avião comercial colide com helicóptero militar, e aeronaves caem no Rio Potomac, em Washington, matando 67 pessoas. Trump culpa política de diversidade pela queda nos padrões de segurança aérea. Especialistas avaliam prováveis causas

Publicada em 31/01/25 às 07:44h - 18 visualizações

Rádio Rir Brasil - Brasília - Direção: Ronaldo Castro 61 99808 5827


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Investigação busca respostas para a maior tragédia aérea dos EUA em 24 anos
 (Foto: Rádio Rir Brasil - Brasília - Direção: Ronaldo Castro 61 99808 5827)
Parte de fuselagem é içada por um dos botes de resgate que vasculham as águas geladas do Rio Potomac, com temperatura de -1 grau centígrado - (crédito: Andrew Caballero-Reynolds/AFP)

O pior acidente aéreo dos Estados Unidos nos últimos 24 anos deixou 67 mortos, levantou uma série de dúvidas e fez com que o presidente Donald Trump apontasse culpados, ainda no início da investigação. Pouco antes das 21h de quarta-feira (23h em Brasília), um helicóptero militar Black Hawk, que fazia treinamento e levava três tripulantes, chocou-se no ar com um jato Bombardier CRJ700, que operava um voo regional da American Airlines, procedente de Wichita (Kansas). O avião comercial transportava 64 pessoas e se preparava para pousar no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington. As duas aeronaves caíram nas águas geladas do Rio Potomac. 

Trump associou a política de diversidade dos antecessores Joe Biden e Barack Obama a uma queda nos padrões de segurança aérea. "Eu ponho a segurança em primeiro lugar. Obama, Biden e os democratas puseram a política em primeiro lugar. Saíram com uma diretiva: 'branco demais'. Nós queremos as pessoas que são competentes."

Pete Buttigieg, ex-secretário dos Transportes dos EUA, chamou as declarações de Trump de "desprezíveis" e acusou o presidente de "demitir e suspender parte do pessoal-chave que ajudou a manter" a segurança aérea. Tanto Biden quanto Obama lamentaram a tragédia, se solidarizaram com as famílias das vítimas, agradeceram aos socorristas, mas não comentaram a fala do atual presidente republicano. 

As primeiras informações indicam para possíveis erros humanos e falhas operacionais. Um relatório preliminar interno de segurança da FAA, obtido pelo jornal The New York Times, concluiu que o número de funcionários da torre de controle aéreo do Aeroporto Ronald Reagan "não era normal" no momento do acidente. A emissora CNN divulgou que um controlador do tráfego aéreo trabalhava em duas posições diferentes da torre. Entre os passageiros do avião, estavam os patinadores artísticos russos Evgenia Shishkova e Vadim Naumov, campeões mundiais em 1994, além de outros atletas do esporte, como Spencer Lane e Jinna Han. Até o início da noite desta quinta-feira, 40 corpos tinham sido retirados do Rio Potomac. 

Vizinho do aeroporto, o meteorologista Matthew Cappucci contou ao Correio que tirava uma soneca na noite de quarta-feira, quando despertou, olhou pela janela e percebeu que algo estava errado. "Comecei a receber mensagens de amigos, perguntando se eu estava bem", disse. "Do apartamento, vi pelo menos 100 viaturas de emergência em ambos lados do Rio Potomac, além de botes. Meia hora depois do acidente, não se via avião no ceú; os voos foram desviados para o Aeroporto Internacional Washington Dulles. Entre 3h e 4h, ficou evidente que não havia sobreviventes, e as filas de ambulância começaram a escassear, antes de desaparecerem." Pelo menos 300 socorristas de 21 agências foram mobilizados. 

R. John Hansman, professor de aeronáutica e astronáutica e diretor do Centro Internacional para Transporte Aéreo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), explicou ao Correio que o tráfego aéreo em torno de Washington é "muito complexo". "Muitos helicópteros militares e outros voam perto do aeroporto, por conta de restrições ao espaço aéreo sobre prédios do governo, como a Casa Branca e o Pentágono. O controlador de tráfego aéreo apontou o jato, com sua localização e altitude, e o helicóptero Black Hawk reconheceu que eles 'tinham o tráfego', o que é uma aceitação de responsabilidade para evitar um choque", afirmou. "Por algum motivo, o helicóptero perdeu contato visual com o jato ou não viu o avião."

Restrições

O estudioso do MIT admite que a tragédia de quarta-feira à noite foi um "evento raro" que deve provocar mudanças para garantir a segurança dos voos. "Creio que surgirão restrições adicionais no espaço aéreo em voos de treinamento em torno de aeroportos como o de Washington", previu Hansman. Anthony Brickhouse, especialista em segurança aérea nos EUA, acredita ser muito prematuro para especular as causas da colisão sobre o Potomac. "Pela manhã, houve a transição de busca e salvamento para busca e recuperação. O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) e a Administração Federal de Aviação (FAA) apenas começaram o processo de investigação", disse à reportagem. 

William Waldock, especialista em desastres aéreos pela Universidade Aeronáutica Embry-Riddle, em Prescott (Arizona), destacou que o espaço aéreo de Washington é muito apertado, com muitas agências, entidades e companhias aéreas operando várias aeronaves. "Eu comparo isso a uma grande apresentação de balé. Cada um dos artistas tem que estar em um lugar específico, tridimensionalmente, em um momento exato, com tolerâncias mínimas entre si. Desde que estejam onde deveriam estar em relação ao outro, isso funciona. Se um sai do lugar, mesmo que um pouco, pode fazer com que coisas ruins ocorram", explicou ao Correio. 

Waldock cita as imagens das câmeras de segurança que registraram o acidente. "Em um dos vídeos, o helicóptero se aproxima do avião da esquerda para a direita, quase que em um ângulo perpendicular. A explosão em voo foi ocasionada pelo combustível liberado durante a colisão. O avião atinge o Rio Potomac em um ângulo íngreme, cinco segundos depois", explicou. Ele refutou a culpa colocada por Trump sobre a política de diversidade nos EUA. "Duvido que o acidente tenha algo a ver com isso."

Membro do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) por 14 anos, o pernambucano Flavio Antonio Coimbra Mendonça, hoje colega de Waldock na Universidade Aeronáutica Embry-Riddle, lembrou que, além da intensidade do tráfego aéreo, os helicópteros que decolam de uma base militar vizinha precisam atravessar o Potomac e cruzar uma das pistas do Aeroporto Ronald Reagan. "Uma das possibilidades é a de que o helicóptero estaria numa frequência diferente daquela da torre de controle. Talvez a tripulação do avião não tivesse ciência disso. O avião fez a aproximação para uma das pistas, usando o Sistema de Pouso por Instrumento (ILS) e faria uma curva à direita para aterrissar em outra pista. É preciso saber o que ocorreu nesse momento", explicou ao Correio.

  

Mendonça não descarta que as luzes do helicóptero, que estava abaixo do jato, tenham sido confundidas com as de Washington. Daniel Kwasi Adjekum, professor do Departamento de Aviação da Universidade de Dakota do Norte, defende uma análise sobre os efeitos dos cortes orçamentários e das ameaças de demissão em massa de servidores públicos. "Infelizmente, um processo normal, padronizado e bem estruturado, como a investigação de um acidente, foi politizado", comentou, por e-mail. 

EU ACHO...

R. John Hansman, professor de aeronáutica e astronáutica e diretor do Centro Internacional para Transporte Aéreo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts
R. John Hansman, professor de aeronáutica e astronáutica e diretor do Centro Internacional para Transporte Aéreo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts(foto: Fotos: Arquivo pessoal )

"A solicitação do controle de tráfego aéreo para que o helicóptero voasse por trás do avião ocorreu mais de 30 segundos depois que a torre alertou a tripulação do Black Hawk sobre o tráfego de jatos. O helicóptero assumiu a responsabilidade pela separação — a distância mínima de segurança. O controlador sabia que eles estavam próximos e alertou o helicóptero. Em condições visuais, quando uma aeronave pode ver a outra, a responsabilidade pela separação pode ser transferida para um ou mais pilotos. Uma vez que o piloto aceita a responsabilidade, não há distâncias mínimas e cabe a ele determinar o quão perto pode chegar."

R. John Hansman, diretor do Centro Internacional para Transporte Aéreo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT)

Daniel Kwasi Adjekum, professor assistente do Departamento de Aviação da Universidade de Dakota do Norte
Daniel Kwasi Adjekum, professor assistente do Departamento de Aviação da Universidade de Dakota do Norte(foto: Arquivo pessoal )

"Sabemos que foi uma colisão aérea durante a noite e, obviamente, fatores fisiológicos e psicológicos — como visão, ilusões sensoriais e percepções — podem ser investigados. Fatores como consciência situacional e o papel da tecnologia, como colisões de trânsito e sistemas de alerta (TCAS), Automatic Dependent Surveillance-Broadcast Out (ADS-B) e óculos de visão noturna e suas limitações serão examinados. Assim como creio que os investigadores irão explorar os fatores psicossociais, como a fadiga e o trabalho fora dos mínimos exigidos pelo ciclo circadiano."

Daniel Kwasi Adjekum, professor assistente do Departamento de Aviação da Universidade de Dakota do Norte 

  • R. John Hansman, professor de aeronáutica e astronáutica e diretor do Centro Internacional para Transporte Aéreo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts
    R. John Hansman, professor de aeronáutica e astronáutica e diretor do Centro Internacional para Transporte Aéreo do Instituto de Tecnologia de MassachusettsFoto: Fotos: Arquivo pessoal
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    Daniel Kwasi Adjekum, professor assistente do Departamento de Aviação da Universidade de Dakota do NorteFoto: Arquivo pessoal




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