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Política

Depois de cair do salto, Lula tem um novo desafio pela frente

Novo cenário eleitoral faz subir o preço de apoios que serão buscados pelo petista neste segundo turno

Publicada em 03/10/22 às 14:57h - 20 visualizações

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Depois de cair do salto, Lula tem um novo desafio pela frente
Por Clarissa Oliveira Atualizado em 3 out 2022, 14h12 - Publicado em 3 out 2022, 09h51  (Foto: Rádio Rir Brasil - Brasília - Direção: Ronaldo Castro 61 99808 5827)

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva amanheceu nesta segunda-feira com um misto de alívio e frustração. Alívio por ter vencido a primeira etapa da eleição, frustração por ter falhado em enxergar o tamanho do adversário. Agora, pela manhã, integrantes do petista analisavam o cenário político e admitiam que não viram fortalecimento do presidente Jair Bolsonaro. Em especial na reta final deste primeiro turno.

+Leia também: Lula e Bolsonaro vão disputar segundo turno

Um diagnóstico inicial é que Bolsonaro conseguiu atrair indecisos nos últimos dias antes da ida às urnas. Inclusive tirando votos de Ciro Gomes, que viu seu desempenho desidratar significativamente em relação ao que apontavam as pesquisas. “O bolsonarismo, como fenômeno político, é maior que o Bolsonaro. Só olhar as urnas”, afirmou à coluna um interlocutor do ex-presidente.

Um desafio dos grandes que o novo cenário eleitoral traz ao PT é que ele abala um dos pilares definidos lá atrás para a estratégia do segundo turno: a busca de apoio ao centro. Lula achava que entraria na segunda etapa de votação com uma margem folgada sobre Bolsonaro. E, com esse capital, laçaria sem dificuldade partidos como PSD, MDB ou até PSDB. Lula falava em trazer nomes como Fernando Henrique Cardoso e José Serra para o seu lado. Também esperava selar uma trégua com Michel Temer.

Lula vinha prometendo um governo de coalizão. Mandou recados avisando que estaria disposto a dividir o bolo e ceder espaços na nova administração. Os acenos foram feitos inclusive a legendas que se aproximam mais ainda da direita, como o União Brasil, com o qual o PT chegou a discutir um acordo ainda no primeiro turno. Luciano Bivar, presidente da legenda, poderia ganhar apoio para disputar a Presidência da Câmara. A conversa não vingou, mas a semente estava plantada.

A avaliação interna é que a ampliação do leque de alianças ficou mais desafiadora. Mas ela é também crucial para que Lula possa abocanhar os votos que restaram a Ciro Gomes e aqueles que foram destinados a Simone Tebet. A senadora do MDB, aliás, é um dos primeiros alvos da negociação, podendo ser convidada a integrar um eventual ministério. Uma proposta boa para quem não tem mandato.

De qualquer forma, é bem provável que qualquer endosso, diante do resultado das urnas no primeiro turno, custe mais caro. Até porque, com um Bolsonaro fortalecido e com a máquina governamental na mão, o risco da aposta é maior.




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