Vai se formando uma corrente contra a gestão do bolsonarista Campos Neto no BC
O presidente do Banco Central,o bolsonarista Roberto Campos Neto, que integra um grupo de whatsapp de ‘ministros de Bolsonaro’, pode estar sabotando o governo federal, ao manter a maior taxa de juros real do mundo. O objetivo seria levar o Brasil à recessão, prejudicando a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As informações foram publicadas pela jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
“O presidente Lula e ministros de seu governo consideram que o presidente do Banco Central, Roberto Campos, traiu a confiança que o governo depositava nele para dialogar e participar de um esforço conjunto para que o Brasil supere os problemas econômicos que hoje enfrenta sem passar por uma recessão. No entendimento do mandatário e de sua equipe, o governo atual, com pouco mais de um mês no poder, não tem responsabilidade sobre o déficit fiscal e a inflação, que impulsionam as taxas de juros. E mereceria um voto de confiança em seu compromisso de levar o rombo para 1% neste ano, e de zerá-lo em 2024”, escreve Mônica.
No twitter a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que “não há economia que resista a uma taxa de juros de 13,75%”. Segundo Gleisi, “o Brasil precisa urgente de crescimento, para gerar empregos e oportunidades”. Para a presidenta do PT, “o país não pode ficar esperando que o Banco Central caia na real”.
Em meio a críticas de Lula sobre Banco Central e juros elevados, o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) Isaac Sidney defendeu agenda de redução do custo do crédito
Isaac Sidney, saiu em defesa dos bancos e disse que as instituições financeiras não precisam de juros altos para lucrar.
“Os bancos não precisam de juros altos para ter lucro. O que precisamos é de uma agenda para reduzir o custo de crédito. Os juros precisam baixar e isso não depende só dos bancos”, disse Sidney em evento do grupo Lide em Lisboa.
O presidente da Febraban disse em entrevista à CNN Brasil que bancos defendem juros e empréstimos menores para democratizar o acesso ao crédito no país e acrescentou que o “setor bancário está fazendo sua parte”, concedendo cerca de R$ 15 trilhões em empréstimos.
Sobre a parte que caberia ao governo, Sidney enfatizou a necessidade de encaminhamento das reformas administrativa e tributária. Sobre a reforma tributária especificamente, disse que é essencial que a proposta passe também pela reforma do consumo.
“Mesmo diante das metas claras, dizem interlocutores diretos de Lula, o Banco Central não apenas manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano pela quarta reunião consecutiva —a primeira desde que Lula tomou posse—, como endureceu o discurso e disse que deve deixar as taxas em patamares altos por mais tempo”, prossegue a jornalista. “Com essa mensagem, o BC estaria dificultando a recuperação do crédito e a atividade econômica no país, e colocando o Brasil na rota da recessão.”
A jornalista lembra que o presidente do Banco Central sempre foi alinhado com o bolsonarismo. Em entrevista à Rede TV! nesta semana, Lula deixou claro que está contrariado com Roberto Campos, a quem se referiu como “esse cidadão”.
Com informações da Folha, CNN, RedeTV!, Brasil247 e redes sociais