Nos áudios encontrados, é possível compreender que na trama desenhada pelos aliados, seria considerada até mesmo a prisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal e do também presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Morais.
O teor das mensagens deixa claro que havia literalmente um plano previamente desenhado, contendo detalhadamente a forma com que deveriam agir para concretizar o desejo de impedir que o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fosse empossado.
"Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil” diz Ailton Barros.
Na sequência, Barros salienta que eles possuíam a "Caneta e a força (do exército).
“Pô (sic), não é difícil. O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e a força. Braço forte, mão amiga. Qual é o problema, entendeu? Quem está jogando fora das quatro linhas? Somos nós? Não somos nós. Então nós vamos ficar dentro das quatro linhas a tal ponto ou linha? Mas agora nós estamos o quê? Fadados a nem mais lançar. Vamos dar de passagem perdida?” questiona.
As falas prosseguem, e Ailton afirma que caso fosse necessário, a ação deveria ocorrer mesmo que fora das "quatro linhas", termo amplamente utilizado por Bolsonaro para justificar que estaria agindo dentro da lei.
“Nos decretos e nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele”
A intenção era fazer a leitura do então decreto de Garantia da Lei e da Ordem, dando "posse" às Forças Armadas, cujo "Chefe Supremo" é, de acordo com a Constituição, o Presidente da República.
Até o momento não se sabe quais foram as respostas dadas por Mauro Cid.