Matéria publicada na Revista Veja informa que já há elementos para apontar o envolvimento direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no plano de golpe encontrado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-capitão, segundo a Polícia Federal (PF).
Alguns dos inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) estão em fase de conclusão e, diante disso, o ex-chefe do Executivo deverá ser indiciado.
Um dos documentos contidos no aparelho de Mauro Cid é intitulado “Forças Armadas como poder moderador”. Também foi encontrado outro documento, em que é aventada a hipótese de decretação de estado de sítio.
No documento, baseado numa tese em que militares poderiam ser convocados para arbitrar conflitos entre os poderes, consta uma espécie de “passo a passo” do golpe.
Segundo o plano, Bolsonaro deveria encaminhar as supostas “inconstitucionalidades” praticadas pelo Judiciário aos comandantes das Forças Armadas. Dessa maneira, os militares poderiam nomear um “interventor”, que seria capaz de fixar um prazo para o “restabelecimento da ordem constitucional”.
O “interventor” também poderia suspender decisões que considerasse inconstitucionais, como a diplomação do presidente Lula (PT) ou até mesmo afastar preventivamente ministros do Supremo. Vale destacar que esse plano não é o mesmo da minuta golpista encontrada com o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
Cid tentou vender Rolex de R$ 300 mil
A quebra pela CPMI dos Atos Golpistas do sigilo telemático do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República, começa a revelar o destino de presentes luxuosas recebidos durante viagens oficiais do ex-presidente.
Uma troca de email em inglês, datada de 6 de junho de 2022, mostra o militar negociando a venda de um relógio da marca Rolex “cravejado de platina e diamante” que teria sido recebido durante viagem oficial.
“Obrigado pelo interesse em vender seu rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui”, diz, em inglês, a interlocutora. “Quanto você espera receber por ele? O mercado de rolex usados está em baixa, especialmente para os relógios cravejados de platina e diamante, já que o valor é tão alto. Eu só quero ter certeza que estamos na mesma linha antes de fazermos tanta pesquisa”, emenda.
Na resposta, o assessor de Bolsonaro afirma que não possuía o certificado porque o relógio foi um “presente recebido em viagem oficial. Cid ainda afirma que estava pedindo 60 mil dólares pelo Rolex, algo em torno de R$ 300 mil pela cotação atual.
Com informações da Vejae do site DCM