O governo federal não descarta adiar a realização do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) no Rio Grande do Sul por conta das fortes chuvas que atingem a região, apesar do anúncio feito ontem (2/5) pela manutenção das provas no estado. Porém, o adiamento nacional do certame não está na mesa.
Em entrevista ao programa "Bom Dia Ministro", da estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta sexta-feira (3), o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, declarou que a decisão deve sair até a tarde de hoje.
"Vamos tomar uma decisão consolidada no decorrer das próximas horas para garantir a tranquilidade e a segurança jurídica necessária para todas as pessoas que vão participar desse certame", declarou Pimenta.
Segundo fontes palacianas ouvidas sob reserva pelo Correio, o governo busca um dispositivo jurídico que permita o adiamento das provas no estado sem colocar em risco a validade do concurso. A grande preocupação é que, caso haja o adiamento, candidatos que se sintam prejudicados possam acionar a Justiça e levar à anulação do exame.
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e o Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias, discutem uma solução. Os dois participam nesta sexta-feira de encontro da sala de situação formada no Palácio do Planalto para avaliar a situação do Rio Grande do Sul. O tema do concurso deve ser tratado também.
No Rio Grande do Sul, cerca de 86 mil pessoas estão inscritas para o concurso, em 10 cidades. Do total, 21 mil concurseiros moram fora dos municípios onde as provas serão realizadas, e podem ser prejudicados. A situação no estado é caótica, com quase 150 pontos de interdição nas rodovias.
A maior preocupação é com o risco de vazamentos das provas, já que o material já está nas cidades. Durante a entrevista de hoje, Pimenta declarou que o adiamento nacional poderia causar impacto de R$ 50 milhões aos cofres públicos.